Estou um pouco sumida do Portal Baobá, mas digo que é por um bom motivo e conto a vocês com muita alegria. Além da minha atuação na área das ciências sociais, especificamente na área ambiental, sou cantora desde os treze anos e no momento ando atribulada com a agenda do pré-lançamento do meu primeiro CD nas plataformas digitais intitulado Outonos.
E não é que as estações do ano tem tudo a ver com a temática ambiental? Então, prezados leitores, a partir do dia doze de junho, se tiverem interesse em me ouvir, encontrarão meu álbum nas plataformas digitais onde me escutarão cantando com musicistas brilhantes. E já agradeço por fazerem parte desse momento comigo. Me encontrarão como Vanessa Lima artista, assim como nas minhas redes sociais.
O álbum conta com músicas inéditas refletindo sobre nós mulheres, em Soul Mulher, dialogando com as atualidades, ao retratar sentimentos tais como o amor, a paz entre as nações, assim como o clássico Nem Vem que Não Tem, do Carlos Imperial consagrado na voz do Simonal e repaginado em um samba rock, assim como outros ritmos que se casam, cunhando o conceito de um tropicalismo barroco mineiro.
Tem a participação, em uma das músicas autorais com a escritora Luciana Bulamarque, do violinista e multi-instrumentista mineiro Marcus Viana, fundador do Sagrado Coração da Terra, da Transfônica Orkestra e autor de trilhas e temas musicais consagrados.
Semana do meio ambiente

E como estamos aqui no portal Baobá, que aborda a temática ambiental, retomo minha coluna falando sobre a semana do meio ambiente que tem movimentado o país em diversas discussões e atuações dos governos municipais, estaduais e federal.
A discussão encontra-se acalorada e percebo enquanto cidadã que a preocupação ambiental infelizmente não é vista e tratada por muitas autoridades com a devida importância. Não posso deixar de comentar sobre a PL 2.159/2021 denominado, de maneira contundente e correta, como a PL da Devastação, que além de não respeitar o meio ambiente, passa a não exigir, ou melhor, a afrouxar as regras permitindo que não sejam feitos os devidos licenciamentos ambientais em empreendimentos de todos os tipos que afetam de maneira providencial o ecossistema, a área socioambiental e não apenas a natureza, como todos nós seres vivos.
Eu que atuei enquanto Socióloga em diversos estudos socioambientais posso lhes garantir a necessidade da realização dos estudos para licenciamentos ambientais. São os estudos que aprofundam as culturas locais, a realidade socioeconômica, socioambiental e asseguram que os empreendimentos afetem ou busquem afetar de maneira benéfica a sociedade. Essa responsabilidade não pode ser atribulada ao interesse único e exclusivo dos empreendedores. É absurdo e sinaliza um retrocesso inestimável para todos nós.
Retrocesso
Como pensar em desenvolvimento sustentável sem cuidarmos do meio socioambiental que estamos inseridos? O PL restringe medidas de controle e prevenção da poluição e do desmatamento, o que pode levar a extremos climáticos e aumentar os riscos de desastres naturais.
Faz-se importante lembrar que muitos desastres ambientais já nos acometeram ao longo dos anos como os das mineradoras Vale e Samarco em Minas Gerais e ao invés de nos blindarmos pensando, criando regras mais rígidas de prevenção para nos cuidarmos estamos a um passo do oposto. A PL foi aprovada pelo Senado e isso já me soa um tanto quanto absurdo , apenas 13 Senadores votaram contra.
É senhoras e senhores estamos nos fazendo retroceder ao invés de caminharmos para a sustentabilidade. Em tempos de preocupação ambiental me preocupa a despreocupação dos nossos Senadores, eleitos para cuidar da sociedade, ecossistema e não de interesses minoritários e absurdos.
“Que tempos são estes em que é preciso defender o óbvio? ” Bertolt Brecht
*Vanessa Lima é socióloga