COP30: Vitrine para o mundo

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Belém, capital do Pará, se prepara para sediar a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) e recebe bilhões em investimentos.

Enquanto isso, quase 60% da população da região metropolitana  que vive em habitações e vias de estruturas precárias, fincadas em em igarapés poluídos, sem solução para o grave déficit habitacional, está sendo “varrida” do cenário.

Da redação

Às vésperas da COP30, famílias que vivem na ocupação Liberdade com outras 3 mil ameaçadas de despejo, encaram remoções forçadas em nome da “preparação” da cidade.

Sumaúma, plataforma de jornalismo na Amazônia,  noticiou recentemente, que moradores vêm sendo expulsos por obras, sem que haja qualquer tipo de  diálogo com as comunidades.

Amazônia urbana: o Brasil invisível

O contraste entre a cidade “vitrine” e a cidade real é gritante. O podcast Afluente, da Rádio Guarda-Chuva, (@afluentejornalismo no Instagram), traz uma análise sensível sobre a urbanização caótica em áreas de igarapés e os impactos sobre as comunidades amazônicas. O programa destaca como essa população pobre e periférica vive à beira – e muitas vezes dentro – da maior bacia hidrográfica do planeta, mas sofre com a ausência de infraestrutura básica, como saneamento e acesso à água potável.

“Vivem sobre a maior reserva de água doce do mundo e não têm água na torneira”, resume Luiz Antônio, professor de Sociologia da Universidade Federal do Amazonas. 

À medida que o mundo se volta para Belém, com expectativa de compromissos ambientais globais, cresce também o contraste entre a narrativa oficial e a realidade de quem mora na linha de frente da crise socioambiental.

Há quem sonhe com a possibilidade de mudanças nesse cenário a partir da COP30.  Que assim seja.

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Edilma Duarte

Edilma Duarte, jornalista, editora do Portal Baobá

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