O Brasil celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente em meio a uma série de desafios ambientais que colocam à prova o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, conservação da biodiversidade e bem-estar social.

Da redação
Com um dos maiores patrimônios naturais do planeta, nosso país enfrenta pressões crescentes que exigem atenção urgente, políticas públicas eficazes e uma nova consciência coletiva. O desmatamento na Amazônia Legal continua sendo um dos temas mais críticos. Embora os números tenham apresentado uma leve queda nos últimos anos, a devastação acumulada ainda compromete vastas áreas de floresta.
A perda de cobertura vegetal impacta diretamente o regime de chuvas, a biodiversidade e o equilíbrio climático. O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, enfrenta uma degradação ainda mais acelerada, muitas vezes invisível ao grande público.
Crise hídrica e escassez de água

Apesar de abrigar cerca de 12% da água doce do planeta, o Brasil tem regiões convivendo com escassez hídrica.
A degradação de nascentes, o assoreamento de rios e a poluição por resíduos urbanos e industriais comprometem a segurança hídrica de milhões de brasileiros.
As mudanças no uso do solo, especialmente em áreas de produção agrícola intensiva, agravam esse cenário.
Mudanças climáticas e eventos extremos
Nos últimos anos, o Brasil viu crescer a frequência e a intensidade de eventos extremos: chuvas torrenciais, secas prolongadas, ondas de calor e deslizamentos. Cidades como Porto Alegre, recentemente atingida por enchentes históricas, revelam a vulnerabilidade da infraestrutura urbana frente às mudanças climáticas.
O que é ainda mais grave: esses eventos tendem a se tornar comuns e, afetam, especialmente, populações mais pobres.
Poluição e gestão de resíduos

A gestão inadequada de resíduos sólidos ainda é um problema crônico em muitas cidades. Lixões a céu aberto persistem em várias regiões, comprometendo a saúde pública e contaminando o solo e os recursos hídricos.
E tem mais: o descarte irregular de resíduos industriais e o uso excessivo de agrotóxicos ameaçam ecossistemas inteiros e a segurança alimentar.
Ameaças à biodiversidade
O Brasil abriga cerca de 20% das espécies do planeta, mas enfrenta uma crescente perda de biodiversidade. A destruição de habitats, a expansão de áreas urbanas e o avanço do agronegócio sobre áreas sensíveis colocam em risco animais e plantas que, muitas vezes, nem sequer foram estudados pela ciência.
A perda de espécies representa não apenas uma tragédia ambiental, mas também a perda de potenciais soluções para problemas de saúde, alimentação e tecnologia.
Rumo a um futuro sustentável
Apesar do cenário desafiador, há sinais de mobilização. Iniciativas de restauração florestal, agricultura regenerativa, energia limpa e economia circular estão em expansão. O fortalecimento de comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, que historicamente preservam o meio ambiente, também é peça-chave para um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável.
O Brasil tem todas as condições de liderar uma nova economia verde, mas o tempo é fator crucial. O alerta não é apocalíptico — é realista. A natureza já dá sinais claros de que os limites estão sendo ultrapassados. A escolha é coletiva: ou agimos agora, ou herdaremos um futuro em que os custos ambientais, sociais e econômicos serão muito mais altos.